Publicado por Claudio Santiago em 30 de Agosto de 2017
Trabalhar verdadeiramente em time, melhorar o desempenho e aumentar a produtividade são conteúdos inerentes ao discurso, mas nem sempre presentes na prática do treinamento.
A intenção muitas vezes encontra resistências no campo comportamental, exigindo modificações que só podem ocorrer se o indivíduo se mobiliza e vê sentido na mudança. Com a crescente competitividade do mercado, não há tempo a perder e as empresas têm recorrido cada vez mais aos treinamentos vivenciais como forma de acelerar os processos de transformação.
Um trabalho nessa área vem sendo desenvolvido pela Eagles Flight, empresa canadense fundada em 1988 pelo executivo Phil Geldart, que atuou na Nestlé por 18 anos, cinco dos quais como vice-presidente de recursos humanos.
Com base em sua experiência e observando a necessidade das organizações, Geldart e sua equipe desenvolveram programas estruturados, que lembram jogos de ação, mas cujas regras e detalhes foram meticulosamente desenhados para trazer à tona reflexões capazes de impulsionar a mudança.
Comportamentos e atitudes não mudam por decreto, mas a partir de uma tomada de consciência quanto à restrição que impõem à plena realização do potencial de cada um, afirma Daniel Ramirez, presidente da Eagle's Flight do Brasil.
Introduzida no país em 1996, a metodologia vem encontrando grande receptividade por parte das organizações. Nesses quase 9 anos de atuação, já treinamos mais de 100 mil pessoas de cerca de três centenas de organizações, conta Ramirez, responsável também pelas atividade da companhia na América do Sul.
A maioria dos programas tem quatro horas de duração. Todos propõem uma estimulação de alto impacto, a partir da vivência de situações estruturadas e dentro de um ambiente lúdico.
As circunstâncias virtuais de desafio encontram paralelo no campo profissional, mas não de maneira óbvia, explica Ramirez. Os participantes se envolvem no enredo e, só depois, com a ajuda da facilitadora, são levados a observar as analogias com o dia-a-dia de trabalho.
Linguagem lúdica
Cada programa aborda vários aspectos, como liderança, tomada de decisão, comunicação eficaz, etc. A indicação da alternativa mais apropriada leva em conta as necessidades específicas do cliente.
Segundo a direção da Eagles Flight, a riqueza da ferramenta está na possibilidade de aplicação em diferentes frentes, sob enfoques distintos e com uma linguagem universal, que não encontra barreiras culturais tanto que os programas já são utilizados em mais de 30 países dos vários continentes.
O carro-chefe da empresa é O Ouro dos Reis do Deserto. Desenvolver a capacidade de planejamento e maximizar os resultados são algumas das propostas desse jogo, onde equipes competem entre si para garimpar o máximo de pepitas de ouro e transforma-las em dinheiro em uma trajetória repleta de obstáculos e sujeita às mais imprevisíveis intempéries.
Para criar o clima, os participantes recebem mapa e chapéus de exploradores do deserto, e são estimulados por vários outros detalhes que enfatizam o aspecto lúdico, permitindo um envolvimento total. A reflexão feita na seqüência, quando a analogia com a realidade do trabalho é estabelecida, conduz à conscientização necessária para viabilizar a mudança, enfatiza Ramirez.
Entre as várias opções oferecidas pela Eagles Flight, uma foi desenvolvida no Brasil e leva o nome de Serra Pelada. O programa repete os desafios enfrentados no competitivo ambiente de negociações e vendas, simulando tensões e pressões que podem inibir a habilidade do indivíduo de produzir com eficiência.
Fonte: http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/treinamento-ludico-desenvolve-o-espirito-de-equipe/3163/