Demissão após o retorno da licença maternidade, perguntas constrangedoras sobre filhos em entrevistas de emprego e falta de oportunidades de crescimento após serem mães são só alguns dos desafios que as mulheres ainda enfrentam no mercado de trabalho.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo site Vagas.com, cerca de 20% das mulheres relatam terem sofrido demissão após licença maternidade – apesar de a lei trabalhista vetar demissão sem justa causa durante a gravidez e até 5 meses depois do parto.
Dados do IBGE também apontam que apenas 54,6% das mães de 25 a 49 anos que têm crianças com até três anos estão empregadas. No caso da maternidade negra, o número é ainda menor, e cai para 49,7%.
Esses números reafirmam que muitos ambientes corporativos ainda são carregados de obstáculos quando o assunto é maternidade e carreira. Mas o que é preciso trazer para mesa é que a chegada de um filho, que traz consigo tanta beleza e alegria ao mundo, também é um processo de desenvolvimento de habilidades poderosas para o trabalho.
Quer saber quais são elas? Então continue a leitura!
Mães que reconhecem seu potencial conseguem se posicionar melhor no mercado de trabalho. E esse “diferencial competitivo” se deve justamente às habilidades desenvolvidas durante a maternidade. Afinal, muitas delas estão entre as competências mais buscadas por recrutadores.
A seguir, vamos listar cinco destas principais habilidades, confira.
Você já deve ter ouvido que “mães são multitarefas” e é verdade. Com a necessidade de conciliar diferentes rotinas e atividades, elas aprendem a gerenciar melhor seu tempo de forma muito mais objetiva e pragmática. Assim, conseguem ser mais produtivas durante a jornada de trabalho.
As crianças também ajudam a trazer leveza e respiro para a mente das mães e fazer com que elas tirem o foco do trabalho durante um tempo. Pode não parecer, mas este é um estímulo importante para o desenvolvimento da criatividade.
Afinal, a maioria das ideias inovadoras surge quando o profissional está fazendo algo totalmente distinto do trabalho. Além disso, a convivência com crianças, por si só, já estimula a criatividade. Por serem indivíduos curiosos e que apresentam demandas totalmente diferentes, a convivência com os pequenos pode favorecer um espírito de inovação nas profissionais.
Dessa forma, a maternidade ajuda as mulheres a “saírem da caixa”, e faz com que elas pensem de forma muito mais criativa quando voltam ao trabalho.
A maternidade faz com que as mulheres saiam da zona de conforto e lidem com novas situações na vida. Desse modo, elas passam a enxergar os problemas da forma como eles realmente são. Afinal, o que é uma pequena tarefa de trabalho perto do árduo desafio de acalmar um bebê chorando ininterruptamente?
Essa mudança de perspectiva traz muito mais foco ao que realmente importa e faz com que as colaboradoras deixem de supervalorizar a gravidade de pequenos problemas e consigam lidar com eles de maneira muito mais ágil e objetiva.
Além disso, as mães têm mais facilidade em se comunicar de forma eficiente e conseguem lidar com diferentes pessoas e personalidades com maior flexibilidade.
Por fim, mais uma soft skill que é apurada nas mulheres que são mães é a escuta, uma habilidade preciosa, e rara, no mercado de trabalho. Ao desenvolver a capacidade de escuta das necessidades e desejos dos filhos durante a maternidade, as mulheres conseguem trazer essa competência para sua rotina.
Escutam de forma ativa o que os colegas têm a dizer e agem de maneira muito mais empática e atenta às necessidades de outros profissionais e até mesmo dos clientes. Por conta disso, as mães tendem a ser melhores líderes, que guiam um time sempre pensando no bem-estar de todos.
É fundamental que recrutadores recalculem suas perspectivas a respeito da maternidade e mercado de trabalho. Embora a subjetividade e os desafios enraizados na sociedade, cabe aos profissionais de RH ter um olhar diferenciado para o potencial que as mães têm para agregar às empresas.
Mas como tornar essa análise mais palpável e objetiva? Uma boa dica é aplicar o mapeamento de perfil comportamental em candidatos e colaboradores. Com ele, é possível identificar as habilidades e competências predominantes em cada pessoa, além de fatores importantes em relação ao comportamento e às suas reações perante diferentes situações.
Com essas informações, o RH consegue atuar de forma mais direcionada, colocando a pessoa certa no lugar certo. Tudo isso valorizando as vivências e características únicas de cada profissional e garantindo uma gestão de pessoas muito mais personalizada, empática e humana.
Como vimos, a maternidade agrega habilidades e potencialidades à carreira profissional da mulher. Por isso, estão um passo à frente as organizações que identificam, valorizam e oferecem oportunidades para que mães contribuam com toda para o crescimento das equipes, das pessoas e dos negócios.
Fonte: https://blog.solides.com.br/habilidades-da-maternidade/