Para o #EscapeCult dessa semana vamos falar sobre um desafio que acompanha a humanidade desde a antiga Grécia e até às civilizações mais antigas vamos falar sobre a origem dos labirintos.
Bem, antes de começar, vamos ao conceito de labirinto?
A palavra labirinto vem do latim labyrinthus, apesar de sua origem mais antiga vir da língua grega. Em seu contexto, significa um espaço criado de forma artificial, com diversas passagens e caminhos, para que a pessoa fique muito confusa e não encontre a saída, ou seja quase “impossível” encontrá-la. Aliás, a finalidade de um labirinto é exatamente auxiliar o indivíduo a encontrar o caminho para fora, mas não de um jeito fácil, uma vez que só existe uma entrada e uma saída e não existem becos fechados, sem levar a lugar algum.
Os labirintos existem há cerca de 4.000 anos e encontram-se presentes em muitas religiões e culturas, tanto que é muito comum existir em construções de antigas catedrais. Na verdade, os labirintos vêm de épocas muito antigas, como o Antigo Egito, por exemplo, onde foram encontrados no formato quadrado e retangular. Os labirintos em formato circular surgiram somente por volta do século VII a. C. Dizem alguns historiadores que a maior proeza dos egípcios não seriam as pirâmides e sim, um labirinto criado ao sul do Cairo, que leva o nome de Birqkat Qarun (o Estanque de Coré) e teria sido obra do Faraó Amenenhat III, da XI Dinastia.
Antigamente, os labirintos eram usados como uma forma de armadilha. Já os medievais, como forma de representação do caminho do homem para Deus. Durante as Cruzadas, eram utilizados como uma representação simbólica da peregrinação à Terra Santa, sendo que seu centro representava Jerusalém. Hoje, porém, são usados por motivos lúdicos ou paisagísticos. Existe uma outra utilidade atribuída ao labirinto que é o alinhamento dos chakras (centros psíquicos do corpo humano): estudiosos afirmam que cada vez que uma pessoa muda de direção, dentro de um labirinto, também muda sua consciência do lado esquerdo para o direito do cérebro, e vice-versa, ajudando a equilibrar esses chakras. Mas, isso são só teorias, ok?
Na História Mundial, temos vários labirintos famosos e algumas lendas à cerca deles. Porém, o mais famoso e, tenho certeza que vocês já ouviram falar dele, é o Labirinto de Creta, da famosa lenda do Minotauro. Lembraram? Para quem não lembrou, vou contar um pouquinho… Diz a lenda que o Labirinto da Ilha de Creta foi feito pelo artesão Dédalo, a pedido do rei Minos, para aprisionar seu filho, o Minotauro.
O Minotauro nasceu quando seu pai fez um pedido ao deus dos mares, Poseidon. O pedido foi justamente para que ele reinasse sobre Creta. Poseidon disse que concederia seu desejo, mas que um sacrifício deveria ser feito. Para isso, enviou a Minos um touro dos mares para que ele sacrificasse como oferenda a Poseidon. Porém, quando o touro surgiu, Minos ficou tão deslumbrado com sua beleza que não teve coragem de matá-lo, colocando um de seus touros no lugar, acreditando que Poseidon não perceberia a troca.
Porém, Poseidon percebeu que foi enganado e, como castigo, não lhe tirou o trono. Fez com que a mulher de Minos se apaixonasse pelo touro e, dessa união, nasceu o Minotauro, metade homem, metade touro.
O rei Minos, com desprezo pelo “filho” de sua esposa, mas sem coragem suficiente para matá-lo, mandou construir o labirinto para que o Minotauro ficasse aprisionado abaixo do castelo. Muitos anos depois, Minos derrotou a deusa Atenas em uma batalha. Como vingança, ele ordenou que todo ano fossem enviados 7 moças e 7 rapazes atenienses ao labirinto. Após 3 anos, um jovem de nome Teseu decidiu, voluntariamente, enfrentar o touro. Porém, ao chegar ao palácio, se apaixona por uma das filhas do rei, Ariadne. Ela, correspondendo aos sentimentos do rapaz, lhe entrega a espada que mataria o Minotauro e um novelo de lã, para não se perder dentro do labirinto e encontrar o caminho de volta.
O jovem e forte Teseu, com muita cautela, mata o Minotauro e consegue encontrar o caminho de saída do labirinto, resgatando os atenienses que ali se encontravam com vida. A luta entre o jovem Teseu e o Minotauro é retratada pelos mais diversos artistas ao redor do mundo e durante a história da humanidade.
Essa lenda é uma das mais antigas e respeitadas, tornando-se, com o passar dos anos, um grande clássico da literatura. Porém, há quem acredite que a lenda do Minotauro vai muito mais além do que uma história. É a busca pela compreensão da origem das ações do indivíduo, além de uma análise sobre o autoconhecimento, a força do ser humano e os sentimentos presentes, como cobiça, traição, lealdade e outros.
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