Medo de balões, beijo e até queijo! Pode parecer estranho, mas fobia é doença e precisa de tratamento!
Seja através dos filmes de terror ou das fantasias que o escuro provoca, o medo é inerente ao ser humano e foi um fator evolutivo essencial para a sobrevivência da espécie. No início da vida humana na Terra, o medo foi a emoção que nos manteve vivos diante de situações de perigo.
A fobia é caracterizada como um transtorno de ansiedade, portanto, é uma doença que precisa ser tratada. Ela está classificado como transtorno fóbico-ansioso no CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde). A condição já atinge cerca de 20% da população mundial, segundo o Instituto Nacional de Saúde americano.
O significado de fobia
Segundo o Manual MSD, “as fobias específicas são o tipo mais comum de transtorno de ansiedade. As pessoas que têm uma fobia específica evitam as situações ou os objetos específicos que desencadeiam sua ansiedade ou medo, ou os suportam sob intensa angústia, o que algumas vezes resulta em ataque de pânico. No entanto, reconhecem que sua ansiedade é excessiva e, por essa razão, estão conscientes de que têm um problema”.
Segundo o DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), existem alguns subtipos de fobia referentes à sua classificação:
Tipo Animal : causado por animais ou insetos. Geralmente tem início na infância;
Tipo Ambiente Natural: referentes a aspectos da natureza, como: tempestade, água, altura;
Tipo Sangue – Injeção – Ferimento: a presença desses elementos desperta a fobia;
Tipo Situacional: causado por uma situação específica, como andar de avião, pegar transporte público, passar por pontes e túneis, entre outros;
Os tipos de fobia mais peculiares
A mente humana não é linear, mas sim um sistema organizado que difere de indivíduo para indivíduo. Portanto, a mente de cada um trabalha à sua maneira, desenvolvendo toda a sorte de pensamentos, conexões e ideias. Os transtornos moram lá e nascem das experiências que cada qual passa somados ao próprio desenho e funcionamento de sua própria mente. É por isso que existem todo o tipo de fobia, das mais comuns às mais estranhas.
1 – Fobia de vegetais: Lachanofobia
Passar pela sessão dos vegetais no supermercado pode tirar algumas pessoas do sério. O medo de vegetais é real e tem nome: lachanofobia! Tudo neles incomoda: a forma, o cheiro, a textura…Geralmente, quem sofre dessa fobia tem medo excessivo de um vegetal em específico.
2 – Fobia de umbigos: Onfalofobia
Só de ver um umbigo, as pessoas com onfalofobia podem ter um verdadeiro surto. Elas sentem pavor de ver, tocar ou até imaginar essa parte do corpo. E se alguém ousa tocar no seu umbigo? Não queira ser essa pessoa…
3 – Fobia de palavras grandes: Hipopotomonstrosesquipedaliofobia
Ironicamente, esse palavrão “Hipopotomonstrosesquipedaliofobia” designa a fobia de palavras longas ou de uso incomum e técnico, como termos médicos, por exemplo. As pessoas que sofrem com essa fobia também não utilizam palavras estranhas ao vocabulário coloquial. Pesquisadores sugerem que a causa desse distúrbio específico possa morar no medo de pronunciar alguma dessas palavras de forma errada e ser alvo de piadas.
4 – Fobia de pelos e cabelos: Caetofobia
Para quem sofre de caetofobia, Rapunzel, a princesa de longa cabeleira dos contos de fadas, seria um verdadeiro monstro. É que os caetofóbicos morrem de medo de pessoas muito peludas ou com muito cabelo. Em geral, essas pessoas cortam os cabelos bem curtos ou raspam careca, e jamais deixam que ninguém toquem essas áreas.
5 – Fobia de odores: Bromidrofobia
Manter a higiene pessoal em dia é mais do que um mero capricho, é necessário para a própria saúde. Mas tem gente que passa um pouquinho da conta. O pavor de se sentir sujo e ter odores pelo corpo é chamado de bromidrofobia. Essas pessoas tomam vários banhos por dia e, por se esfregarem tanto, podem até ficar com a pele machucada. O medo de cheirar mal pode tirar essas pessoas de muitos eventos sociais e atividades físicas que exijam transpiração.
6 – Fobia de espelhos e de se olhar no espelho: Eisoptrofobia
A célebre frase da Rainha Má no conto de fadas “A Branca de Neve”, “espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?” jamais seria dita por quem tem eisoptrofobia. Não por que essas pessoas possuem autoestima baixa, mas porque morrem de medo de espelhos.
Essa fobia está ligada ao sobrenatural, pois as pessoas temem ver no reflexo do espelho fantasmas e outros seres. As superstições e histórias de terror alimentaram esse medo durante gerações, então fica fácil entender o motivo de algumas pessoas sentirem tanto medo de espelhos.
7 – Fobia de beijar: Filemafobia
Nem mesmo os filmes de romance podem quebrar o pavor que quem tem filemafobia sente ao beijar ou apenas se imaginar beijando alguém. A aversão é tanta que essas pessoas podem até sentir tremedeira, boca seca e enjoo.
8 – Fobia de balões de festa: Globofobia
O medo excessivo de balões de festa, as bexigas e qualquer coisa que tenha esse formato causa aversão para quem sofre de globofobia. Esse medo está mais associado ao barulho que eles provocam do que com o seu formato.
9 – Fobia de queijo: Turofobia
Os “turofóbicos” jamais poderiam ir ao Festival do Queijo, evento típico de Minas Gerais. É que essas pessoas sentem verdadeiro horror a essa iguaria, presente em diversos alimentos.
10 – Fobia de flauta: Aulofobia
Parece bizarro, mas a fobia existe e tem nome: aulofobia é o medo de flautas. Não é o pavor simples do objeto, mas sim de tudo que o envolve: o som e a pessoa que toca o instrumento podem fazer os “aulofóbicos” saírem correndo.
Elas podem parecer fobias estranhas, mas para quem as têm, é um verdadeiro pesadelo. O medo de ser julgado e ridicularizado afeta muito o tratamento, e é por isso que muita gente deixa de consultar um psicólogo. A fobia é um transtorno de ansiedade, ou seja, é uma doença já atinge cerca de 20% da população mundial, segundo o Instituto Nacional de Saúde americano. Como qualquer doença, precisa ser levada a sério e tratada.
“As técnicas vão desde medicamentos e terapias de relaxamento, até o uso de tecnologias. O procedimento específico para o claustrofóbico chama-se Terapia Cognitiva Comportamental, usada também em outras fobias, fazendo com que o paciente vença o problema gradativamente”, informa a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Como qualquer doença, a fobia precisa ser tratada e ser levada a sério. Consulte um psicólogo e não deixa que o medo seja protagonista na sua vida.